No silêncio das noites estreladas,
na solidão das trevas, eu perscruto
a voz que triste, sossegado, escuto
na língua misteriosa das ramadas...
Na beleza das noites enluaradas,
quando o espaço perdendo o negro luto
banha-se em prata, e o seu semblante hirsuto
desfaz-se em gases tênues nas quebradas,
é que eu procuro ser feliz um pouco...
Talvez, quem sabe, eu seja um grande louco,
- não sei se de mentira ou de verdade...
De uma cousa, porém, creio, estou certo:
- é que eu quisera ver, de mim, bem perto
o alguém que me põe louco de saudade!...
( Poema de J. G . de Araujo Jorge )
Saudades de você, meu Anjo...